Cheirinho de fim de semana no ar e hoje temos mais uma Mamãe 2.0 super especial pintando na área. Mãe de um casal apaixonante, a Carol e os pequenos têm um significado lindo na nossa vida e a Luiza, a mais velha, foi nossa daminha de casamento, arrasando os corações de todos na igreja. Hoje, a mãezinha fala sobre o desejo de ter um time de futebol de filhos e de tudo que surge com a experiência de ser mãe. Deliciem-se com o texto da super mãe e jornalista que faz nosso coração bater mais forte! Beijos! 😀
Um pensamento sempre me inundou: meus filhos deveriam vir num número farto. Penso que isso se deva, talvez, ao fato de ser eu a primogênita duma turma de três; ter pai e
mãe famintos por seus filhos;
família ruidosa; ser parte dum bando que sempre fez dos nervos agitados, dos risos gasguitos e do alento pela maternidade suas essências. Penso que meu desejo por uma reca tenha ganhado corpo daí.
O que eu não sabia era da eternidade que a efetivação deste apetecer me traria. Do sossego desesperador. Das incertezas cravadas. Das decisões desacertadas. Das noites acesas ainda quando não é preciso. Das ilusões quebradas. Do quanto birras podem ser encantadoras. Do charme que pode ser carregar bolsas e menina e menino e telefones e remédios e brinquedos e bloquinho. Das contas que esganam
as reservas e fazem filas. Do quanto tudo parece ser mais perigoso do que realmente é. Do quanto é saudável deixá-los (às vezes) sem você. De que é possível ser bailarina e equilibrista num tempo só.
Quando a maternidade me acolheu, ela me desvendou o desatino, as minhas reais prioridades, além de um entusiasmo que eu não sei de onde surgiu. E, apesar de todos os fuxicos que escutei, eu não estava preparada para admitir a sensatez e a sobriedade de minha mãe em tudo que diz respeito aos seus três filhos. Eu não estava preparada para aceitar o fato de termos nós duas tantas semelhanças. Bom, leituras não preparam mães. As histórias que você escuta por gestações afora também não. Hão de ceder a você algum alerta, algum parecer. Mas tirocínio mesmo só na “peia” diária, só nos conselhos que só um machucado curado com ‘beijo de mãe’ é capaz de lhe dar.
Um guia de bebê, há quase cinco anos, me disse que um choro fraquinho e estridente seria sinal de fralda suja. Talvez em seu filho, em seu sobrinho, num conhecido seja ou tenha sido. Na Luíza nunca foi. Já no Benjamin, foi sinal disto e de outras duas ou cinco inquietudes. Não há guia que contemple tudo quanto é filho. Tudo quanto é dor e flor que eles carregam. Cada filho é uma bússola. Cada mãe, um norte. E vice-versa.
Tudo isso eu descubro toda noite que Luíza e Benjamin mergulham no fundo do meu cansaço e arrancam de lá mais 24h pra viver ao lado deles nos 40 minutos que ainda restam antes de dormirmos – uns sobre os outros. Vezes após uma carochinha. Vezes depois duma canção, dum chameguinho, dum filminho. Vezes após a derradeira oração. A gente vai inventando o jeito certo de rematar cada dia.
É isso que nos abençoa. São os cheiros deles que me definem. São os braços deles que me sorriem. É o ritmo brando dela que me põe no colo. É o sacolejo desenfreado dele que abana meus quatro cantos. É a perspicácia fina que ela tem e a curiosidade entusiasmada dele que me constroem e desconstroem. Eles são meu equilíbrio. É toda esta a sorte que eu tenho.
Feito eles ou diferente deles quero mais. Apesar da violência largueada neste mundo; do tempo e das finanças parecerem escassos; das tensões conjugais; da fadiga diária de nossa vida… Como os quero, e quanto ensinamento e cuidados indo e vindo há neste querer. E é um tantinho destas eternidades que a gente vai prosear por aqui.
Bênçãos e cheiros de amor.
Comments
Géssica
13/12/2013Belíssimo texto.
Mas também quando a inspiração é cheia de amor dá nisso.
Parabéns Carol. Arrasou!!
Cheiros.
Géssica.
Mary
13/12/2013As mulheres que estavam planejando ter filhos, mas temiam a dureza do dia-a-dia, certamente, partiram nesse momento para “fazê-los”, rs. É disso que o mundo precisa. Gente que veja numa criança muito além das contas que eles vão gerar; das noites que você deixará de dormir; do quão sujo seu vestido novo de festa vai ficar, quando ele/ela passar os pezinhos sujos dos primeiros passinhos; Temos que ver e reconhecer nas crianças, tão somente, a alegria que elas nos trazem, o amor e a ternura que dividem conosco. É encontrar nelas a coragem e disposição para vivermos mais um dia. Eu não tenho filhos, mas sei e já conheço a maravilha que eles trazem; e afirmo, mal posso esperar para montar minha pequena creche. rsrsrs
Parabéns pelo texto enriquecedor, Carol.
E eu ameeei esse blog!
Beijos!! :*
Caroliny Braga
13/12/2013encantada eu tou com o espaço e com as pessoas de bem que ele é capaz de aninhar. grata por cada palavra. 🙂