Da anarquia que nos trazem as crianças

10969272_10205043967330265_122898977_oLucas, Maria Flor e Tom,

2015 começou e achei este um ano lindo para recomeçarmos por aqui. Os últimos meses foram de grandes mudanças. Apesar de não ter parecido, nenhum de nós passou ileso, e deixamos 2014 com transformações profundas em nossa alma. Por isso, uma nova fase, novos capítulos aqui começam a ser escritos. Meus amores, vocês estão crescendo, compreendem, cada um a sua forma, o que se passa ao redor. Eu e seu pai ficamos felizes por isso e por toda essa diversidade de pensamento que temos em casa. Apesar de os conduzir pelo mesmo fio condutor, não temos a pretensão de padronizá-los, nem fazê-los repetir a nossa história. Queremos apenas marcá-los com valores que achamos corretos e que acreditamos que irão levá-los para uma vida mais feliz. Capitaneado pelo Lucas, ultimamente vocês uniram-se pelo questionamento das regras e a reivindicação da liberdade.

Para ser sincera, esse movimento insurgente têm nos provocado um certo desconforto, principalmente a mim, confesso. Até então estávamos acostumados com crianças que obedeciam quase cegamente aos nossos comandos. Mesmo assim, não preocupem-se, o anarquismo, trazido por vocês, é saudável e nos faz refletir sobre regras bobas como não se permitir a um sorvete em plena quarta-feira à noite. Filhos, regras são apenas processos que devem tornar nossa vida mais organizada e prática, e não um mecanismo que nos torna escravo de qualquer coisa. A disciplina implantada aqui em casa não tem o objetivo de torná-los mecânicos, enformá-los em atividades cronometradas e sem criatividade. Pelo contrário, a ideia é nos organizarmos para tornar possível o viver de cada um de nós, dar espaço para que o outro possa embarcar numa aula de música, no balé, cumpra o horário do trabalho e que vocês mantenham o bom humor por meio de horas de sono necessárias.

Não tenham pressa, não se preocupem, um dia vocês compreenderão, a vida com seu próprio desenrolar, lhe proporcionará esse aprendizado. Mas por enquanto, sejam crianças. Vivam a rebeldia de quem não tem compromisso com nada além da alegria. Nos resgatem da sisudez dos adultos e dos compromissos de gente grande. Nós, seus pais, também precisamos desse aprendizado.

Com amor, mamãe.

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