Eu desisti do meu sofá, agora as crianças podem aprontar. Não que eu não coloque regras e não as ensine organização, limpeza e zelo pelas coisas. Mas existe uma bagunça, aquela inerente a todas as crianças, que eu não quero domar e não quero vencer. Minha casa não tem brinquedos espalhados pelo chão, as crianças cuidam de seus guarda-roupas, ajudam na arrumação das coisas e tal, mas é quase impossível controlar um exército de baixinhos.
O sofá, por muito tempo, foi território inimigo para eles. Claro que por algumas vezes foi bombardeado com leite, suco, resto de comida, caneta e tinta, mas sempre que isso aconteceu houve retaliação e eles aprenderam a lição.
Porém, alguém aqui já pulou no sofá? Brincou em cima da cama? Usou as panelas de verdade para fazer comida de areia? Eu já! Fui uma criança que aprontou muito, a que mais fez dos três irmãos e me lembro até hoje o quanto é divertido tudo isso. Não posso negar, é muito bom!
Então, um sofá, no meio da casa, fofinho, cheio de almofadas é um verdadeiro convite para a insubordinação. Óbvio que neste caso, eu continuo reclamando, porque eu sou daquelas mães que acreditam que filho precisa de regra, mesmo que, em alguns momentos, seja apenas a sensação de que ela exista. Os pais precisam manter a pose!
Mas crianças são crianças e isso é uma verdade imutável. Elas irão se danar, irão errar, irão se divertir. E não dá para cobrar seriedade o tempo todo dos nossos filhos. Isso não faz parte do papel deles.
Assim, ultimamente eu ando pensando:
eles vão crescer e vão perder o interesse por este móvel gigante e cinza do meio da minha sala. Certamente o sofá não irá sobreviver. Mas daí, quando isso acontecer a gente compra outro e fica tudo bem.
Leave a Reply