O tempo passa rápido. Essa verdade que todo mundo sabe, mas que parece que nunca conseguimos nos preparar para ela. E ele vai amadurecendo nossos filhos, os deixando mais independentes até que daqui a pouco, não nos cabe mais tomar certas decisões por eles. E fica sempre o gostinho de quando eles eram pequeninos, de quando podíamos carregá-los para todos os lados, decidíamos suas roupas, sua refeição, sua vida. Para confortar a alma, só a certeza que plantamos boas sementes e construímos uma ponte inabalável entre nós.
Quanto tempo já se passou desde que você nasceu. Esta semana você completou oito anos e de repente eu me dei conta que o tempo vai lhe tirando aos pouquinhos de mim e lhe entregando para a vida. Você surgiu com essa ideia de viajar sozinho no final de semana e realmente foi, sem pestanejar. Eu o deixei ir, não poderia lhe prender a mim e as minhas próprias ansiedades, mas confesso filho, que passei o final de semana pensando se você dormiu direito, não se sentiu sozinho ou estava com algum problema.
Que besteira a minha, você voltou mais cheio de histórias, mais coragem e mais planos que não cabem a mamãe. É isso aí, é o clichê, “os filhos são para o mundo”, se tornando realidade sem a gente nem se dar conta.
E eu já deveria saber, você nunca foi diferente. Desde pequenininho tão independente! Sempre nos disse que iria morar sozinho, viajar para todos os lugares, seria aventureiro. “Mãe, eu sou radical”! E eu acredito filho, que você seja tudo isso. Acredito que a gente nasce com uma marca no coração. Essa é a sua, ser livre.
Mas sabe o que me consola toda vez que você me mostra que cresceu mais um pouco? Uma conversa que tivemos quando você era ainda menorzinho. Você me pediu certa vez: “mãe, quando eu morar sozinho, você pode morar perto de mim? Para a gente se falar todo dia”. Claro, filho. Nós vamos estar sempre juntos, de todo jeito.
Te amo”.
Comments
Caroliny Braga
17/02/2014como é que eu volto a trabalhar depois da leitura duma carta desta? <3